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Uma Copa e Nada Mais: Erich Probst (Suiça-1954)

Após quatro anos de muita revolta, principalmente política, com a criação da ONU, em 1952 e o fim da Guerra entre as duas Coréias, em 1953, chegamos ao ano de 1954.

A Suiça seria o principal foco das atenções durante dois longos meses. Primeiro, pela Copa do Mundo que se aproximava cada vez mais, e pela expectativa da Conferência de Genebra, em que havia a expectativa da divisão de dois Vietnã: do Norte e do Sul.

Já aqui no Brasil, fervor político a mil, principalmente após a Copa do Mundo, quando houve o atentado ao jornalista e político Carlos Lacerda, no que foi citado como o Crime da Rua Toneleros, aonde Armando Nogueira inovou ao escrever um texto em primeira pessoa, pois ele havia sido testemunha ocular do fato.

Este fato da Rua Toneleros, causou o suicídio do presidente Getúlio Vargas, que foi substituído por Jucelino Kubitschek.

Mas vamos a Copa do Mundo. Voltemos a Suiça, pois antes de tudo isso, houve a V Copa do Mundo, e houve um jogador em destaque, que foi o austríaco Erich Probst.

probst-1954

A Áustria sempre foi uma seleção que sofreu bastante. Em uma história que já contamos aqui, no texto da Copa de 1938, os austríacos tiveram que ceder o elenco para os alemães, devido ao regime de Hitler. Todos sabiam da capacidade que tinha aquele elenco, e por isso, brigaram com unhas e dentes por uma vaga na Copa de 1954, que seria realizada na vizinha Suiça.

Um dos principais atacantes do time foi Erich Probst, atacante de 26 anos, que estava atuando no Rapid Vienna, principal clube do país.

E foi nesse clima que o time começou a disputa em território suíço. Seu grupo era composto de Escócia (escola britânica), Tchecoslováquia (vice-campeã em 1934) e Uruguai(atual campeão mundial). Parada indigesta. Mas nada impossível.

O regulamento da Copa só previa dois confrontos, e evitava um dos adversários. A Áustria só enfrentaria tchecos e escoceses, e escaparia assim dos temidos uruguaios.

A estréia aconteceu em Zurique, no dia 16 de junho e o adversário foi a Escócia. Jogo complicado, era mais do que esperado. A Áustria garantiu os dois pontos com um gol de Probst, aos 33 minutos de jogo.

Agora os adversários seriam os tchecos, que haviam complicado bastante a vida do Uruguai, quando só perderam nos últimos 15 minutos. Que nada. O jogo foi um baile austríaco, ao som da valsa de Johan Strauss.

Novamente atuando no estádio Hardturm, em Zurique, o time passou com facilidade pelos tchecos (que já não eram mais aquele time de 1934, vice campeão mundial), por improváveis 5 a 0. Probst novamente foi destaque e fez três gols. Os outros dois foram marcados por Ernst Stojaspal.

A Áustria passava em 2º no grupo, mais teria uma parada bastante indigesta: os donos da casa, animados com a possibilidade de chegarem em uma improvável semifinal.

O confronto realizado em Lausanne entrou para a história das Copas, como o confronto com maior número de gols em uma só partida: 12.Resumo do jogo, em gols: A Suiça começou animada e em 25 minutos, estava vencendo por 3 a 0. Mas a Áustria se ergueu e virou o placar antes do intervalo, com destaque para dois gols de Alfred Körner.  Começa o segundo tempo, e antes dos 20 mintuos, o placar já não era 4 a 3; O jogo estava em 6 a 4, com dois gols seguidos de Theodor Wagner. Mas ainda não estava tudo decidido.

O tempo foi passando e Probst, que ainda não havia marcado, fez o 7º gol, faltando 14 minutos pro término do jogo. Aí sim, caiu como uma pá de cal em cima dos suiços, que até diminuíram, mas já estava tarde demais.

A Áustria estava nas semifinais, e enfrentaria a fortíssima Alemanha. Aí entrava o fator da Copa de 1938. Por mais que aquele confronto fosse feito 16 anos depois do fato na Copa da França, ele seria lembrado. E talvez até por isso, os austríacos sentiram o baque de enfrentar a Alemanha, e foram massacrados por improváveis 6 a 1 (improvável pela campanha da Áustria, não pelo time da Alemanha). Probst fez o único gol da Áustria.

Após a perda do título, só restava o 3º lugar, contra o Uruguai que foi eliminado a duras penas pela Hungria de Puskas, por 4 a 2. No jogo, vitória austríaca por 3 a 1. Na classificação, um 3º lugar merecidíssmo, além de Probst se tornar destaque e vice-artilheiro do Mundial, somente atrás de Sandor Kocsis, da Hungria.

Muitos falam que esta foi a última grande aparição da seleção que é chamada de “Seleção Maravilha” por causa do time que tinha nos anos 30, aquele que atuou pela camisa da Alemanha, na Copa do Mundo de 1938.  É complicado dizer se teremos uma Áustria tão competitiva quanto a de 1954, mas nunca devemos negar uma equipe que teve um dos melhores atacantes de uma Copa do Mundo. O nome dele? Erich Probst.

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