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Profissionalização dos Esportes Radicais no Brasil

Começaremos esta análise com uma simples pergunta: O que pode ser considerado como esporte radical?

Os esportes radicais, ou considerados como ‘esportes de aventura’, são usados para designar esportes de alto risco, devido a condições de clima, altura, velocidade, entre outras variantes.

A lista de esportes que são considerados como radicais é imensa, dado o tamanho do País, e diversas situações, seja de clima e vento, por exemplo.

Cidades próximas de riachos, como é o caso de Ibiúna-SP fazem oficinas de rafting, enquanto que em Boituva, também no estado de São Paulo, o paraquedismo é que impera.

Mas então, como regularizar todos estes esportes? Esse era o questionamento que muitas instituições faziam.

Em 2002, houve um início da profissionalização, com a criação da CBER – Confederação Brasileira de Esportes Radicais, que organiza campeonatos de cinco modalidades: BMX (Bicycle Motocross, dividido nas categorias corrida  – disputada inclusive nos Jogos Olímpicos – e estilo livre), FMX (Freestyle Motocross), Whelling (manobras com motos), Skate e Patins inline.

Um dos objetivos da entidade é promover e auxiliar para que leis como a de Lei de Incentivo ao Esporte (Lei 11.438/09, de 3 de julho de 2009), sejam repassada para os esportes que tem suas competições organizadas pela entidade.

Essas cinco categorias são representadas e tem regulamento específico para cada uma delas. Tanto que, não é a toa que a maioria destas categorias está presente na maior competição de esportes radicais do planeta, o X-Games.

Realizado normalmente no estado da Califórnia, já teve passagens por Foz do Iguaçu, São Paulo e Rio de Janeiro. Nos últimos anos, foram feitos eventos em Barcelona, Munique e Chiba (Japão).

O grande questionamento que a maioria faz é se esse evento específico pode ser datado como profissional ou se encaixa na categoria de esportes denominados ‘amadores’.

Para esta resposta, vamos lembrar-nos de exemplos cujos atletas são patrocinados, seja por clubes, seja por grandes corporações.

Um atleta que chegou a ter um patrocínio de um clube de futebol é Kelvin Hoefler. Medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio na categoria street, Hoefler chegou a ser patrocinado pelo Santos. Atualmente, é patrocinado por um banco, que expandiu o seu patrocínio para o Circuito Nacional de Skate Street. 

Os casos de atletas patrocinados

Kevin Hoefler, atleta patrocinado pelo Santos (Foto: Fernanda Luz/A Tribuna)

Esses patrocínios foram expandidos para o skate feminino, com Pâmela Rosa e Yndiara Asp, duas das principais skatistas do planeta, recebendo o mesmo patrocínio que Kevin. Isso sem contar Raíssa Leal. A ‘Fadinha’, como ela ficou conhecida nacionalmente, é patrocinada por 12 empresas, dos mais diferentes segmentos.

Rayssa Leal chegou a ter 12 patrocinadores, sendo um deles a Nike (Crédito da foto: Nike/Divulgação)

PLANEJAMENTO DE LEIS PARA ESPORTES RADICAIS

Outro fator que poderia oficializar a profissionalização do esporte no País era a PL 7288/2010, proposta no dia 11 de maio de 2010, e que fora arquivada em 2014. Contudo, existem projetos em âmbito municipal/estadual, como, por exemplo, a Virada Esportiva em São Paulo, que é inspirada no modelo da Virada Municipal.

Finalizando sobre o X-Games, ele é um evento fechado (pertence a ESPN, que é comandado pelo Grupo Disney), não tem ingressos gratuitos, além de que o número de atletas de outros países é substancialmente maior em relação a atletas brasileiros, o que entra em acordo com as leis de regularização de atletas estrangeiros para cunho de competição, o que oficializa o X-Games como um evento profissional.

CONCLUSÃO

Algumas coisas, como a utilização da Lei de Incentivo ao Esporte, já auxiliaram para que haja um início de profissionalização dos esportes radicais no País, mas ainda é muito pouco.

O Brasil ainda tem muito para melhorar dentro de sua legislação, acerca da regularização de esportes radicais no País como função profissional – não apenas nos esportes radicais, mas também com os chamados ‘esportes da mente’, como pôquer, por exemplo – e o X-Games auxilia nessa função, propiciando a elaboração de um evento 100% profissional dentro do País.

REFERÊNCIAS:

Confederação Brasileira de Esportes Radicais (CBER) < http://www.cber.com.br/leis_de_incentivo.html> Acesso em 14 de abril de 2013.

Lei 11.438/09. < http://www.esporte.gov.br/arquivos/leiIncentivoEsporte/portariaN12003072009.pdf> Acesso em 14 de abril de 2013.

PL 7288/10 <https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=476248> Acesso em 26 de julho de 2023.

Veja Online. ‘A nova mágica de Rayssa Leal: atrair patrocinadores como gente grande’ < https://veja.abril.com.br/esporte/a-nova-magica-de-rayssa-leal-atrair-patrocinadores-como-gente-grande> Acesso em 26 de julho de 2023.

Jornal A Tribuna. ‘Skatista do Santos se apronta para disputa dos X-Games em Foz do Iguaçu’ < http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=187795&idDepartamento=2&idCategoria=0> Acesso em 16 de abril de 2013.

Esportividade. ‘Virada Esportiva-2023 será divulgada por entidades contratadas pela prefeitura'<https://esportividade.com.br/virada-esportiva-2023-sera-divulgada-por-entidades-contratadas-pela-prefeitura/> Acesso em 26 de julho de 2023.

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