O caso envolvendo a seleção nigeriana e a ameaça de não participar da Copa das Confederações por conta de pagamentos abaixo do combinado, logo após a vitória sobre o Quênia, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, remetem a outros casos famosos que aconteceram nas Copas de 1998 e após a Copa do Mundo de 2010.
Na Copa do Muno de 1998, a Nigéria de Jay Jay Okocha, Nwankwo Kanu, Rasheed Yekini, Taribo West, Daniel Amokachi e Sunday Oliseh surpreendeu a todos ao terminar na liderança do Grupo D, a frente de Paraguai (na época, comandado por Paulo César Carpegiani), Espanha (o desempenho espanhol antecipou a aposentadoria do goleiro Andoni Zubizarreta) e de Bulgária, quarta colocada da Copa do Mundo de 1994 (seria a última Copa do Mundo de Hristo Stoichkov, que se aposentou da seleção búlgara em 1999).
Após o grande feito dos nigerianos de liderar o grupo que era considerado como ‘grupo da morte’, já havia uma expectativa de um confronto entre Brasil e Nigéria nas quartas de final, em uma possível revanche após a derrota brasileira para a Nigéria nas semifinais dos Jogos Olímpicos de Atlanta, dois anos antes.
O problema é que os jogadores da Nigéria não receberam o que lhe foi prometido pelo desempenho na primeira fase, o que causou um racha entre elenco e federação. O caso ficou mais conhecido pois, logo após este fato, a Nigéria sofreu uma goleada de 4 a 1 da Dinamarca, nas oitavas de final.
Outro caso que remete a problemas relativos a Nigéria aconteceu logo após a Copa do Mundo realizada na África do Sul. Na época, o presidente da Nigéria Goodluck Jonathan, afirmou que, por conta do desempenho abaixo das expectativas, a seleção nigeriana seria punida por dois anos de competições, em decisão que vai contra o estatuto da FIFA, que não autoriza que governos influenciem de maneira direta no futebol, ainda mais com punições.
Jerome Valcke, na oportunidade, foi bem duro e destacou que o ideal do futebol estava sendo ferido. “Não se pode permitir que um governo decida que todas as suas equipes nacionais não possam jogar nenhum torneio internacional. Somos 208 membros, e se um país for contra nossos estatutos, vai contra todo o sistema do futebol”, destacou o dirigente.
Ainda naquela oportunidade, o presidente da federação nigeriana, Sani Lulu, seu vice-presidente, Amanzé Ugbulam e o chefe da delegação nigeriana, Taiwo Ogunjobi, também foram demitidos, como demonstração para que a punição do governo fosse retirada, fato que aconteceu uma hora antes do término do prazo imposto pela FIFA, que caso não fosse obedecido, causaria a punição de seleções clubes, jogadores e árbitros de competições internacionais.